sexta-feira, 30 de julho de 2010
Mater Amabilis (Mãe Amável)
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Legalismo ou Valorização?
Quando se pretende ensinar, dar exemplo, deve-se sempre usar o melhor espécime, observar os princípios e normas do assunto que se ensina. Ao ensinar o Português, por exemplo, de onde vamos buscar exemplares para análise e aprendizado? Dos clássicos, não é verdade? Nossos filhos precisam ler Machado de Assis, José de Alencar, Eça de Queiroz, Olavo Billac, entre inúmeros outros, pois assim travam contato com a riqueza de possibilidades que é a língua portuguesa.
Não faz sentido eu ensinar português usando somente um vocabulário limitado, nem usando Guimarães Rosa, que tem mais neologismos que vocábulos em português na sua obra, ou ainda, usando o “miguxês”, língua abreviada e fonética usada no “cyberespaço”. Nenhuma dessas variantes reflete o que é o português, nem serve tão bem para a comunicação na vida civil, acadêmica, etc.
Creio eu que com a liturgia se dá algo bem semelhante. Percebo o Papa esmerando-se em suas celebrações, cumprindo seu papel de dar exemplo. Nós, em nossa missão de promover a formação litúrgica, que maneira melhor temos de fazê-lo, que não a de incentivar a fidelidade às rubricas? Seguindo o Missal o católico aprende, na prática, a reverência, a solenidade e a riqueza de nossa liturgia.
Aprendendo a preparar a celebração conforme o Missal, se aprende o verdadeiro espírito litúrgico, subjacente às normas. O objetivo do nosso apostolado, portanto, mais que incentivar a adoção cega de normas e preceitos, é de estimular a busca da compreensão da grandiosidade do Santo Sacrifício e da Liturgia Católica. Isso não é legalismo, e sim valorização, perfeccionismo".
Fonte: http://www.salvemaliturgia.com/2010/04/legalista-eu.html
Virgem de Nazaré
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Desolada
A brisa leve escova
teu vestido, teu rosto,
oscila entre as figuras de pé como estátuas.
Após o grito divino de morte
Quem criou todo o mundo, calou-se.
No ar não existe mais uma voz
“Tudo está consumado”.
No ar não existe mais um lamento
“A morte venceu”.
Os teus olhos ainda estão fixos no corpo
rígido e sozinho.
O mundo parou.
Desolada, desolada, Maria
Vem à minha casa, vem à minha casa.
Mãe, guardar-te-ei em minha casa
Mãe, a tua dor entrará em minha casa
Mãe, honrar-te-ei com toda a minha vida,
Mãe, és o maior tesouro do meu Senhor
A Terra treme.
Maria!
A terra treme.
Eu estou perto de ti.
A terra treme.
Os guardas estão com medo.
A terra treme.
Eu estou ao teu lado.
A terra treme.
O homem era verdadeiramente Deus
A terra treme.
As rochas se partem.
A terra treme.
O santuário treme.
A terra treme.
Mãe, eu estou perto de ti.
Desolada, desolada, Maria
Vem à minha casa, vem à minha casa.
Canção no original: http://www.youtube.com/watch?v=S2hJY6lVH2g&feature=related
sábado, 24 de julho de 2010
São João Evangelista, "o discípulo amado"
Sabemos pelos Evangelhos que São João era filho de Zebedeu e de Maria Salomé. Com seu irmão Tiago, auxiliava o pai na pesca no lago de Genezaré. Pelos Evangelhos sabemos também que seu pai possuía alguns barcos e empregados que trabalhavam para ele. Maria Salomé é apontada como uma das santas mulheres que acompanhavam o Divino Mestre para O servir.
Como seus outros dois irmãos Simão e André, também pescadores, era discípulo de São João Batista, o Precursor. Deste haviam recebido o batismo, zelosos que eram, preparando-se para a vinda do Messias prometido.
Certa vez, estavam João e André com o Precursor, quando passou Jesus a alguma distância. O Batista exclama: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". No dia seguinte repetiu-se a mesma cena, e desta vez os dois discípulos seguiram Jesus e permaneceram com Ele aquele dia (Jo, 1, 35 a 39).
Algumas semanas depois estavam Simão e André lançando as redes às águas, quando passou Jesus e lhes disse: "Vinde após mim. Eu vos farei pescadores de homens". Mais adiante estavam Tiago e João numa barca, consertando as redes. "E chamou-os logo. E eles deixaram na barca seu pai Zebedeu, com os empregados, e O seguiram" (Mc 1, 16 a 20).
A partir de então passaram a acompanhar o Messias em sua missão pública. Logo se lhes juntaram outros, que perfariam o número de doze, completando assim o Colégio Apostólico.
Preeminência de três Apóstolos sobre os demais
Desde logo, Pedro, Tiago e João tomaram preeminência sobre os outros Apóstolos, tornando-se os "escolhidos dentre os escolhidos". E, como tais, participaram de alguns dos mais notáveis episódios na vida do Salvador, como a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração no Tabor e a Agonia no Horto das Oliveiras.
São João foi também um dos quatro que estavam presentes quando Jesus revelou os sinais da ruína de Jerusalém e do fim do mundo. Mais tarde, com São Pedro, a quem o unia respeitosa e profunda amizade, foi encarregado de preparar a Última Ceia. São Pedro amava ternamente São João, e essa amizade é visível tanto no Evangelho quanto nos Atos dos Apóstolos.
Por sua pureza de vida, inocência e virgindade, João tornou-se logo o discípulo amado, e isso de um modo tão notório, que ele sempre se identificará em seu Evangelho como "o discípulo que Jesus amava". Apesar de os Apóstolos não estarem ainda confirmados em graça, isso não provocava neles inveja nem emulação. Quando queriam obter algo de Nosso Senhor, faziam-no por meio de São João, pois seu bom gênio e bondade de espírito tornavam-no querido de todos.
"Mas esta serenidade, esta doçura, este caráter recolhido e amoroso [de João Evangelista] são algo diferente da inércia e da passividade. Os pintores nos acostumaram a ver nele um não sei quê de feminino e sentimental, que está em contraste com a energia varonil e o zelo fulgurante que se descobre em algumas passagens evangélicas" 1.
Se Nosso Senhor amava particularmente São João, também era por ele amado de maneira especialíssima. Com seu irmão Tiago, recebeu de Cristo o cognome de "Boanerges", ou "filhos do trovão", por seu zelo. Indignaram-se contra os samaritanos, que não quiseram receber o Mestre, e pediram-Lhe para fazer descer sobre aqueles indóceis o fogo do céu.
Foi por esse amor, e não por ambição, que ele e o irmão secundaram a mãe, Salomé, solicitando que um e outro ficassem à direita e à esquerda do Redentor, em seu Reino (um tanto equivocadamente, pois imaginavam ainda um reino terreno). Quando Nosso Senhor perguntou-lhes se estavam dispostos a beber com Ele o mesmo cálice do sofrimento e da amargura, com determinação responderam afirmativamente.
O primeiro devoto do Coração de Jesus
Entretanto, uma das maiores provas de afeição de Nosso Senhor a São João deu-se na Última Ceia. Quis o Divino Mestre ter à sua direita o Apóstolo Virgem, permitindo-lhe a familiaridade de recostar-se em seu coração. Diz Santo Agostinho que nesse momento, estando tão próximo da fonte de luz, ele absorveu dela os mais altos segredos e mistérios que depois derramaria sobre a Igreja.
A pedido de Pedro, perguntou a Jesus quem seria o traidor, e obteve a resposta.
São João teve porém um momento de fraqueza — e das mais censuráveis — quando os inimigos prenderam Jesus, tendo então fugido como os outros Apóstolos. Era o momento em que Nosso Senhor mais precisava de apoio! Logo depois o vemos acompanhando, de longe, o Mestre ao palácio do Sumo Sacerdote. Como era ali conhecido, fez entrar também Simão Pedro. Pode-se supor que ele tenha permanecido sempre nas proximidades de Nosso Senhor durante toda aquela trágica noite, e que não saiu senão para ir comunicar a Maria Santíssima o que se passava com seu Filho. Acompanhou-A então no caminho do Calvário e com Ela permaneceu ao pé da cruz. Era o sinal evidente de seu arrependimento.
Custódia da Mãe de Deus ao Apóstolo virgem
Foi então que, recebendo-A como Mãe, obteve o maior legado que criatura humana jamais podia receber. Diz São Jerônimo: "João, que era virgem, ao crer em Cristo permaneceu sempre virgem. Por isso foi o discípulo amado e reclinou sua cabeça sobre o coração de Jesus. Em breves palavras, para mostrar qual é o privilégio de João, ou melhor, o privilégio da virgindade nele, basta dizer que o Senhor virgem pôs sua Mãe virgem nas mãos do discípulo virgem" 2. Ensinam os Padres da Igreja que esse grande Apóstolo representava naquele momento todos os fiéis. E que, por meio de São João, Maria nos foi dada por Mãe, e nós a Ela como filhos. Mas João foi o primeiro em tal adoção.
Foi ele também o único dos Apóstolos a presenciar e a sofrer o drama do Gólgota, servindo de apoio à Mãe das Dores, que com seu Filho compartilhava a terrível Paixão.
Quando, no Domingo da Ressurreição, Maria Madalena veio dizer aos Apóstolos que o túmulo estava vazio, foi ele o primeiro a correr, seguido de Pedro, para o local. E depois, estando no Mar de Tiberíades, aparecendo Nosso Senhor na margem, foi o primeiro a reconhecê-Lo.
Uma das três colunas da Igreja nascente
Nos Atos dos Apóstolos, ele aparece sempre com São Pedro. Juntos estavam quando, indo rezar no Templo junto à porta Formosa, um coxo pediu-lhes esmola. Pedro curou-o, e depois pregou ao povo que se reuniu por causa de tal maravilha. Juntos foram presos até o dia seguinte, quando corajosamente defenderam sua fé em Cristo diante dos fariseus. Mais adiante, quando o diácono Felipe havia convertido e batizado muitos na Samaria, era necessário que para lá fosse um dos Apóstolos a fim de os crismar. Foram escolhidos Pedro e João para a missão.
São Paulo, em sua terceira ida a Jerusalém, narra em sua Epístola aos Gálatas (2, 9) que lá encontrou "Tiago, Cleofas e João, que são considerados as colunas", e que eles, "reconhecendo a graça que me foi dada [para pregar o Evangelho], deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo".
Depois disso os Evangelhos se calam a respeito de São João. Mas resta a Tradição. Segundo esta, ele permaneceu com Maria Santíssima durante o que restou de sua vida mortal, dedicando-se também à pregação. Depois da intimidade com o Filho, o Apóstolo virgem é chamado a uma estreita intimidade de alma com a Mãe que, sendo a Medianeira de todas as graças, deve tê-lo cumulado delas em altíssimo grau. Que grande virtude deveria ter alguém para ser o custódio da Rainha do Céu e da Terra!
Assim, teria ele permanecido com Ela em Jerusalém e depois em Éfeso. "Dois motivos principais deveriam ter ocasionado essa mudança de residência: de um lado, a vitalidade do cristianismo nessa nobre cidade; de outro, as perniciosas heresias que começavam a germinar. João queria assim empenhar sua autoridade apostólica, quer para preservar quer para coroar o glorioso edifício construído por São Paulo; e sua poderosa influência não contribuiu pouco para dar às igrejas da Ásia a surpreendente vitalidade que elas conservaram durante o século II" 3.
Após a dormição de Nossa Senhora — que é como a Igreja chama o fim de sua vida terrena — e a Assunção d'Ela aos Céus, fundou ele muitas comunidades cristãs na Ásia menor.
Vivo após o martírio
Ocorre então o martírio de São João, que é comemorado no dia 6 de maio. O Imperador Domiciano o fez prender e levar a Roma. Na Cidade Eterna, ele foi flagelado e colocado num caldeirão de azeite fervendo. Mas o Apóstolo virgem saiu dele rejuvenescido e sem sofrer dano algum. Domiciano, espantado com o grande milagre, não ousou atentar uma segunda vez contra ele, mas o desterrou para a ilha de Patmos, que era pouco mais do que um rochedo. Foi ali, segundo a Tradição, que São João escreveu o mais profético dos livros das Sagradas Escrituras, o Apocalipse.
Após a morte de Domiciano, o Apóstolo voltou a Éfeso. É lá que, segundo vários Padres e Doutores da Igreja, para combater as doutrinas nascentes de Cerinto e de Ebion — que negavam a natureza divina de Cristo — escreveu ele seu Evangelho 4. Ordenou antes a todos os fiéis um jejum que ele mesmo observou rigorosamente, para em seguida ditar a seu discípulo Prócoro, no alto de uma montanha, o monumento que é seu Evangelho. Transportado em Deus, com um vôo de águia, ele o começa de uma altura sublime: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus". Este Evangelho, dos mais sublimes textos jamais escritos, era tido em tanta veneração pela Igreja, que figura no ordinário da Missa promulgada por São Pio V, pela fundamental doutrina que contém.
Segundo São João Crisóstomo, os próprios Anjos aí aprenderam coisas que não sabiam.
São João escreveu também três Epístolas, sempre visando estabelecer a verdadeira doutrina contra erros incipientes que se infiltravam na Igreja.
Segundo uma tradição, o discípulo que Jesus amava teria morrido em Éfeso, provavelmente em 27 de dezembro do ano 101 ou 102.
Mas alguns exegetas levantam a hipótese de ele não ter falecido, com base na seguinte passagem do Evangelho: logo após a pesca milagrosa no lago de Tiberíades — depois da Ressurreição de Jesus — Nosso Senhor confiou mais uma vez a Igreja a São Pedro. Este, voltando-se a Nosso Senhor, perguntou-lhe, referindo-se a São João: "E este? Que será dele?" Respondeu-lhe Jesus: "Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?" O próprio São João comenta: "Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse `não morrerá', mas `que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?'" (Jo 21, 15 a 23).
São José, o pai que muito amou e muito confiou
Palavras de Sua Santidade o Papa Bento XVI por ocasião da inauguração da fonte dedicada a São José nos jardins do Vaticano.
Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Ilustres Senhores e Senhoras!
É, para mim, motivo de alegria inaugurar esta fonte nos Jardins Vaticanos, em um cenário natural de singular beleza. É um trabalho que vem a incrementar o patrimônio artístico deste encantador espaço verde da Cidade do Vaticano, rico de testemunhos histórico-artísticos de várias épocas. De fato, não somente os gramados, flores, plantas, árvores, mas também as torres, pequenas casas, templos, fontes, estátuas e outras construções tornam estes Jardins de uma fascinação única. Esses foram para os meus Predecessores, e são também para mim, um espaço vital, um lugar que de bom grado frequento para transcorrer um pouco de tempo em oração e sereno descanso.
Ao destinar a cada um de vós a minha cordial saudação, desejo manifestar meu vivo reconhecimento por este presente, que me haveis ofertado, dedicando-o a São José. Obrigado por esta delicada e amigável recordação! Foi uma empreitada desafiadora, que teve a colaboração de muitos. Agradeço, antes de tudo, o Senhor Cardeal Giovanni Lajolo também pelas palavras que me dirigiu e pela interessante apresentação dos trabalhos desenvolvidos. Com ele, agradeço ao Arcebispo Dom Carlo Maria Viganò e o Bispo Dom Giorgio Corbellini, respectivamente secretário-geral e vice-secretário-geral do Governatorato. Exprimo vivo agradecimento à Direção dos Serviços Técnicos, ao projetista e ao escultor, aos consultores e trabalhadores, com um pensamento especial para os Cônjuges Hintze e para o senhor Castrignano, de Londres, que generosamente financiaram o trabalho, bem como às Irmãs do Mosteiro de São José, em Quioto. Uma palavra de gratidão à Província de Trento, aos municípios e às empresas pela sua contribuição.
Esta fonte é dedicada a São José, figura querida e próxima do coração do Povo de Deus e de meu coração. Os seis painéis de bronze que a adornam evocam muitos momentos de sua vida. Gostaria de deter-me brevemente sobre esses. O primeiro painel representa o casamento entre José e Maria; é um episódio que se reveste de grande importância. José era da linhagem real de Davi e, em virtude de seu matrimônio com Maria, conferirá ao Filho da Virgem - ao Filho de Deus - o título legal de "filho de Davi", cumprindo assim as profecias. O casamento de José e Maria é, por isso, um acontecimento humano, mas determinante na história da salvação da humanidade, na realização das promessas de Deus; por isso, também possui uma conotação sobrenatural, que os dois protagonistas aceitam com humildade e confiança.
Logo chega para José o momento da provação, uma provação desafiadora para sua fé. Prometido como esposo de Maria, antes de ir viver com ela, descobre a misteriosa maternidade e fica conturbado. O evangelista Mateus sublinha que, sendo justo, não queria repudiá-la, por isso decide deixá-la em segredo (cf. Mt 1, 19). Mas em sonho - como é figurado no segundo painel -, o anjo lhe faz compreender que o que acontecia em Maria era obra do Espírito Santo; e José, confiando-se a Deus, consente e coopera no plano da salvação. Naturalmente, a intervenção divina na sua vida não poderia não perturbar seu coração. Confiar-se a Deus não significa ver tudo claro segundo os nossos critérios, não significa realizar aquilo que nós projetamos; confiar-se a Deus significa dizer esvaziar-se de si, renunciar a si mesmo, porque somente quem aceita perder-se para Deus pode ser "justo" como São José, pode confirmar, isto é, a própria vontade àquela de Deus e, assim, realizar-se.
O Evangelho, como sabemos, não conservou qualquer palavra de José, o qual desenvolve a sua atividade em silêncio. É o estilo que o caracteriza em toda a existência, seja antes de encontrar-se diante do mistério da ação de Deus em sua esposa, seja quando - ciente desse mistério - está ao lado de Maria na Natividade - representado no terceiro painel. Naquela santa noite, em Belém, com Maria e o Menino, é José, a quem o Pai Celeste confiou o cuidado cotidiano de seu Filho na terra, que auxilia na humildade e no silêncio.
O quarto painel reproduz a cena dramática da Fuga para o Egito, para escapar da violência assassina de Herodes. José é forçado a deixar a sua terra com sua família, rapidamente: é um outro tempo misterioso na sua vida; uma outra provação em que lhe é pedida plena fidelidade ao desígnio de Deus.
Depois, nos Evangelhos, José só aparece em um outro episódio, quando permanece em Jerusalém e vive a angústia de perder seu filho Jesus. São Lucas descreve a busca frenética e a maravilha do re-encontro no Templo - como aparece no quinto painel -, mas ainda mais a surpresa de ouvir as misteriosas palavras: "Por que me procurais? Não sabe que eu devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" (Lc 2, 49). É esta dúplice pergunta do Filho de Deus que nos ajuda a compreender o mistério da paternidade de José. Recordando aos próprios genitores o primado d'Aquele que chama de "meu Pai", Jesus afirma o primado da vontade de Deus sobre toda a outra vontade, e revela a José a verdade profunda de seu papel: também ele é chamado a ser discípulo de Jesus, dedicando a existência ao serviço do Filho de Deus e da Virgem Mãe, em obediência ao Pai Celeste.
O sexto painel representa o trabalho de José na oficina de Nazaré. Ao lado dele trabalhou Jesus. O Filho de Deus permanece oculto aos homens e somente Maria e José custodiam o seu mistério e o vivem todos os dias: o Verbo encarnado cresce como homem à sombra de seus genitores, mas, ao mesmo tempo, esses permanecem, por sua vez, escondidos em Cristo, no seu mistério, vivendo a própria vocação.
Queridos irmãos e irmãs, esta bela fonte dedicada a São José constitui um simbólico lembrete aos valores da simplicidade e da humildade no fazer cotidianamente a vontade de Deus, valores que marcaram a vida silenciosa, mas preciosa do Guardião do Redentor. À sua intercessão, confio as expectativas da Igreja e do mundo. Juntamente com a Virgem Maria, sua esposa, ele guie sempre o meu e o vosso caminho, a fim de que possamos ser instrumentos alegres de paz e de salvação.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Mãe Amável
Ó consolo na desdita,
ó dos órfãos Mãe bendita,
dos aflitos lenitivo,
dos enfermos medicina,
de todos conforto e luz,
rogamos-Te, ó Mãe amável,
com fervor insuperável,
sejas sempre um facho vivo
que nos guie, qual luz divina,
sem perigo ao teu Jesus.
Ámen.